Amor, um remédio natural
Só quem já se apaixonou sabe o quanto gostar de alguém é bom.
O coração dispara, as mãos ficam suadas, as bochechas ficam rosadas, surgem as famosas “borboletas” no estômago, você fica distraído e não consegue pensar em outra coisa.
Você pode até tentar negar, mas não tem jeito: está complemente apaixonado. Um dos sentimentos mais celebrados pelos poetas e músicos, o amor e sua fase inicial, a
paixão, virou foco de pesquisas no mundo todo nas últimas décadas e as descobertas trazem uma boa notícia: amar faz muito bem à saúde.
“Na medida certa, o amor não faz qualquer mal. Aliás, se pudesse receitá-lo aos meus pacientes para evitar ou atenuar certos problemas, com certeza seria uma das minhas primeiras
recomendações”, garante Marcus Vinicius Malachias, cardiologista e presidente do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
E Malachias não está sozinho nesta tese. Segundo estudos recentes, se apaixonar é um
excelente recurso para fugir de doenças graves, como a depressão. Isso porque alguns sinais da paixão são bem conhecidos, como taquicardia, respiração ofegante, frio na barriga, insônia e redução do apetite, mas há outros que são muito mais significativos. “
Há um aumento da pressão arterial e a própria resposta imunológica melhora. Com isso, o corpo fica ainda mais protegido contra infecções e doenças”, explica a médica fisiologista e autora do livro Sexo, Amor, Endorfinas e Bobagens, Cibele Fabichak.
Segundo ela, o amor também faz bem porque, dentro do turbilhão de hormônios que se alteram durante a paixão, alguns têm sua quantidade aumentada, como a dopamina, a noradrenalina, as endorfinas, o cortisol, a testosterona e os estrógenos, elementos ligados à sensação de bem-estar, de felicidade e do desejo sexual.
“Por isso, a paixão é um antidepressivo natural, pois eleva o humor e amplia as sensações de prazer.”
Outro ponto positivo é que pessoas apaixonadas costumam dar mais valor à sua saúde e se preocupam em não ficar doentes.
“O amor faz com que a pessoa fique mais feliz, a vida se torne mais interessante e ela descubra um motivo ainda mais forte para se cuidar e estar sempre ao lado de quem gosta”, comenta Lincoln Cesar Andrade, médico psiquiatra da Paraná Clínicas e do Centro de Estudos do Amor e da Sexualidade Humana (Cenasex).
Para quem acha que isso é coisa de pessoas românticas, a ciência já provou esses benefícios. “Um estudo mostrou que homens que se separavam e não se casavam novamente tinha uma diminuição na expectativa de vida porque, devido à tristeza pelo fim do relacionamento, ficavam mais deprimidos e menos resistentes a doenças”, conta Ailton Amélio da Silva, psicólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP).
Além desses benefícios, os especialistas garantem que amar vale a pena porque não tem contra-indicação.
“A paixão causa alterações na glicemia e na pressão arterial, mas são modificações tão suaves que não podem prejudicar a saúde de pessoas que são hipertensas ou diabéticas, nem mesmo desencadear um problema desses em quem é saudável”, garante Cibele.
Quando tudo vira dor
O coração dispara, as mãos ficam trêmulas e suadas, as bochechas ficam rosadas... Os mesmos bons sintomas do amor podem ser acompanhados de respiração ofegante, ansiedade e angústia. O
corpo fica todo dolorido, você sente uma dor que parece não ter fim e não consegue mais comer, trabalhar, se divertir ou dormir porque só pensa na pessoa amada por dias e noites inteiras. Se amar faz bem, sentir amor em excesso é doentio e faz muito mal à saúde. E se engana quem pensa que as consequências são só emocionais: facilmente o pico de estresse e nervosismo pode resultar em dores físicas.“Há vários casos de pessoas que sentem tanta dor após o fim de um relacionamento que passam a somatizar sintomas e sofrem com crises de ansiedade, náuseas, insônia, falta de apetite, dores musculares e oscilação do humor e podem chegar a quadros de gastrite, alergias, cefaleia e depressão”, explica o médico neurologista José Geraldo Speciali.
Isso tudo pode acontecer quando o amor deixa de ser uma reação saudável para se tornar algo patológico e o carinho dá lugar à obsessão. “Em geral, essa fronteira entre a paixão e o transtorno é bastante difícil de ser identificada, mas quando o amor passa a atrapalhar a vida da pessoa e ela começa a magoar a si mesma, ao companheiro ou às pessoas próximas, está na hora de ligar o sinal de alerta e procurar a ajuda de um psiquiatra”, diz Andrade.
(Fonte: Saúde- Gazeta do Povo)
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