quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Fortalecer classe média é chave para desenvolvimento

Fortalecer classe média é chave para desenvolvimento Segundo Jim O'Neill, próximo governo deve manter estabilidade macroeconômica para 'manter ímpeto'. Políticas públicas para fortalecer a classe média podem ser a chave para que o Brasil deixe de ser apenas um país emergente para se estabelecer como um país desenvolvido, na avaliação do economista britânico Jim O'Neill, considerado "pai" dos Brics. O'Neill, que está deixando o cargo de economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs para gerir a divisão de administração de ativos da instituição, cunhou o acrônimo Bric para se referir aos quatro gigantes emergentes da economia mundial - Brasil, Rússia, Índia e China. O economista é um dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil como parte da série 'O que falta ao Brasil?, que discute os desafios do Brasil para se tornar um país desenvolvido. "Se há uma diferença específica entre uma economia tipicamente desenvolvida e uma em desenvolvimento, é talvez o tamanho da classe média. E a melhor maneira para (a classe média) aumentar e prosperar é por meio da elevação da renda real", avalia O'Neill. Uma pesquisa divulgada neste mês pela Fundação Getúlio Vargas, com base em dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, indica que esse crescimento da classe média parece já estar em curso. Segundo o estudo, a classe C passou no ano passado a representar mais da metade da população brasileira (50,5%), com a incorporação de 29 milhões de pessoas entre 2003 e 2009, e ultrapassou as classes A e B em pode de compra. Jim O'Neill credita essa evolução brasileira à estabilidade promovida pelo atual governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso. "Acho que o período após a eleição do sucessor de Lula é muito importante", afirma. "Sob sua liderança, o Brasil emergiu em uma maneira impensável nos 30 anos anteriores, com um crescimento forte do PIB, inflação baixa e estável e aumento da prosperidade, mas mais importante, uma classe média em crescimento rápido." Para O'Neill, o próximo governo, para "manter o ímpeto e transformar o Brasil de uma economia em desenvolvimento para uma economia desenvolvida", deve manter a estabilidade macroeconômica para que a inflação se mantenha baixa. "Isso permitiria que mais dezenas de milhões de brasileiros comuns vissem suas rendas aumentarem, permitindo que a classe média aumente ainda mais dramaticamente", afirma. (BBC Brasil/Agência Estado) Você acredita que fortaler a classe média, pode ser a chave para que o Brasil se transforme em um país desenvolvido? Até breve...muito breve! Aguardamos a sua opinião! /*--*/

Superbactéria é alerta para hospitais

Superbactéria é alerta para hospitais A superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), que pode ter causado 18 mortes no Distrito Federal neste ano, já circula por UTIs de grandes hospitais de São Paulo desde 2008. Só no Hospital das Clínicas, foram 70 casos no período. A situação preocupa porque não há antibiótico capaz de contê-la. Ao mesmo tempo, ela encontra terreno fértil para a proliferação nos hospitais por falta de higiene. O alerta é de Artur Timerman, 57, um dos infectologistas mais conceituados no país. "Se você vai a qualquer um dos grandes hospitais de São Paulo, público ou privado, vai ver que o índice de lavagem de mãos não chega a 40%", diz o chefe do serviço de controle de infecções hospitalares do hospital Edmundo Vasconcelos. Timerman também atua no Dante Pazzanese e no Albert Einstein. No Brasil, os primeiros registros de KPC são de 2005, em São Paulo. Há casos no Paraná, Rio, Recife, João Pessoa, Vitória e Rio Grande do Sul. Nos EUA, o problema é endêmico em várias regiões. A seguir, trechos da entrevista de Timerman à Folha. Folha - A velocidade dos registros da KPC tem aumentado muito no Brasil. O momento é preocupante? Artur Timerman - A situação é perigosa. Temos isolado cada vez mais bactérias intratáveis, e a KPC é a que mais preocupa no momento. E o que se faz diante disso? É preciso uma vigilância mais estrita, um isolamento mais rigoroso. A KPC tem a ver com a gravidade da doença, mas também com a falta de cuidados básicos, como lavar as mãos corretamente. Mas isso não ocorre por quê? Para começar, não há funcionários suficientes. Para cada paciente grave, deveríamos ter um atendente [de enfermagem]. Hoje, a média é de um atendente para cinco ou seis pacientes. Isso leva à infecção cruzada, se ele não lava a mão de forma correta. Os cateteres de acesso venoso, as sondas urinárias, os tubos do pulmão têm de ser trocados sempre que preciso e isso nem sempre acontece. Sem contar o uso indiscriminado de antibióticos. Às vezes, você vê paciente tomando seis antibióticos. Parece que querem matar as bactérias afogadas de antibióticos. A maior preocupação é só com os pacientes internados ou as pessoas da comunidade também correm algum risco? Risco sempre tem. A história da bacteriologia mostra isso. A UTI é o foco onde as bactérias surgem e depois se espalham para a comunidade. Não é logo que vai haver a disseminação, mas é um risco em potencial. Não é para causar pânico, mas a situação é de alerta. Estamos no limiar de uma situação que pode vir a ser muito grave. Estamos perdendo a batalha para as superbactérias? A corrida já foi perdida. Nenhum dos antibióticos novos trata a KPC. Paciente com KPC deveria ser isolado, manuseado por uma pessoa só, para evitar a transmissão cruzada. Preocupa porque é fácil falar, mas difícil de implementar. Em qualquer um dos grandes hospitais de São Paulo, público ou privado, o índice de lavagem de mãos não chega a 40%. Falo de lavar as mãos direito, um minuto lavando dos dois lados. O que pode ser feito? As autoridades, os hospitais têm que se mexer, senão vai virar uma calamidade. Alguns autores já vêm tratando essa fase como início da "era pós-antibiótico". Ou seja, temos superbactérias e não temos recursos de tratamento. (CLÁUDIA COLLUCCI - Folha de S.Paulo) Mais um motivo para lavarmos sempre as mãos, e lavarmos bem, sem relógios, pulseiras, aneis, etc. Você já notou quantas vezes lava as mãos em um único dia? Comente! Até breve... /*--*/