quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vida a dois: finanças equilibradas em três passos

Excluindo os clichês que podem cercar o tema, o casamento é um momento especial. Mais que uma união entre duas pessoas, a cerimônia também une dois bolsos, muitas vezes, distintos. E, nesse caso, nenhum romantismo sustenta um orçamento da vida a dois. Para começar a nova fase sem dívidas, o planejamento financeiro deve ser feito antes do “sim”.

Distinguir receitas e despesas seria o primeiro passo. Contudo, quando o assunto é planejamento a dois, é preciso atenção a algumas diferenças entre a organização financeira do casal e a de um solteiro. “É até mais difícil fazer um planejamento quando se está sozinho. Com outra pessoa, é mais fácil porque um incentiva o outro em caso de deslizes”, afirma a gerente do Easynvest, Miriam Macari.

Um solteiro, explica Miriam, não tem grandes responsabilidades que conduzam o gerenciamento do seu próprio dinheiro. Dessa forma, ele acaba gastando além do que precisa, porque não tem um direcionamento planejado do que ganha. E somente ele arcará com os erros financeiros que cometer. Um casal, por outro lado, pode cometer erros com as finanças, mas o outro está ali para socorrer.

Primeiro passo: a conversa

Por isso, o primeiro passo para um planejamento eficaz é a conversa. Para o professor de Finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Mário Amigo, é nessa fase que o casal se conhece financeiramente. “É para um entender como está o orçamento do outro. A situação financeira tem de ser analisada para que os objetivos sejam alinhados. O casal precisa entender que o planejamento é mais importante que aumentar os rendimentos”, considera.

Listar as despesas e as receitas de que cada um dispõe é o primeiro passo para iniciar a vida a dois sem dívidas. A partir daí, fica a critério do casal o modo como eliminarão possíveis débitos. Um pode ajudar o outro a sair do problema. E os dois devem fazer uma poupança antes de se unir de fato. “Pensar em uma poupança de longo prazo, ou mesmo uma previdência complementar, é um meio de compatibilizar objetivos”, afirma Amigo.

Depois de pagar as dívidas, é preciso que as metas sejam estabelecidas conjuntamente. Claro que cada um não precisa abandonar antigos sonhos de consumo para casar sem dívidas, mas é preciso estabelecer prioridades. Um passo de cada vez.

Segundo passo: a festa e o custo da nova vida

Pode não parecer, mas a festa de casamento é o segundo passo para começar a vida de casados com dívidas ou sem elas. Por isso, os dois já devem começar a fazer uma poupança para formar uma reserva para a cerimônia. O coordenador do curso de Gestão Financeira da Veris Faculdades, Fabrício Pessato Ferreira, atenta que esse planejamento não é a toa. Ele calcula que uma festa de médio porte pode custar em torno de R$ 20 mil. “O marco zero é calcular os gastos que serão efetuados e ver de quanto o casal dispõe para realizar a festa”.

Visto isso, é preciso que o casal faça pesquisas incansáveis de preços. Entre os itens que o economista aconselha a dar mais atenção estão o aluguel do espaço onde ocorrerá a festa, a decoração do espaço e da igreja e, principalmente, o bufê. “Especifique tudo em contrato e, se possível, coloque alguém como mestre de cerimônias para averiguar se a quantidade de bebida contratada está sendo efetivamente distribuída”, exemplifica.

Os gastos não param por aí. Até na lua de mel, calcula o economista, o casal pode ter prejuízo. “Cuidado com os passeios de pacotes. Muitas vezes, esses passeios não são os melhores e as agências de viagem tentam empurrá-los porque ganham comissões para fazê-lo”, alerta Ferreira. Depois da viagem, organizar a casa nova é um dos momentos mais esperados pelo casal.

Para além dos cuidados da compra da casa, o casal deve ficar atento aos gastos com móveis e eletrodomésticos novos. O economista aconselha fazer estimativas antecipadas de quanto serão os gastos para mobiliar a casa nova. “Uma solução é colocar os móveis e eletrodomésticos mais caros para serem comprados pelos convidados por quotas em sites de presentes”, aconselha Ferreira. Ou mesmo manter móveis e eletrodomésticos de solteiro, fazendo poucas mudanças.

Terceiro passo: mudando hábitos

Fazer o planejamento pode ser até simples. Mantê-lo é que pode se tornar um problema, porque requer mudanças, muitas vezes drásticas, de hábitos. “É difícil mudar hábitos, mas dá para controlar gastos. Quando você faz isso, você vê o quanto dói no bolso”, afirma Miriam. “É importante lembrar que esse planejamento não termina com a compra do apartamento”, reforça.

“Normalmente, o comportamento de consumo de cada um antes de se unir acaba sendo levado para o casamento”, afirma Ferreira. O economista explica, porém, que o casal precisa compreender que o comportamento de consumo agora é a dois. “Nesses casos, o pior erro é exatamente não fazer uma programação de gastos”, considera.

Se eles conseguirem manter um planejamento antes do casamento, depois do “sim”, tudo fica mais simples. Para Mário Amigo, da Fipecafi, isso é uma questão de tempo. “Quanto mais cedo eles tiverem essa conversa e fizerem esse planejamento, mais fácil será essa adaptação, porque você amadurece esse planejamento e age com menos impulso”.
(Fonte: Camila F. de Mendonça - InfoMoney)

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Pensamentos negativos podem levar à depressão

A maioria das pessoas é capaz de passar por momentos difíceis sem grandes sequelas, mas não são todos quem conseguem superar suas tristezas. Algumas pessoas desenvolvem quadros de depressão a partir dessas situações.

Um novo estudo, desenvolvido na Universidade Stanford, sugere que parte do motivo de esses indivíduos não conseguirem abandonar os pensamentos negativos é uma incapacidade de tirar sua atenção desses acontecimentos.

“Eles basicamente ficam presos em um estado mental onde eles revivem o que aconteceu com eles” explica a pesquisadora Jutta Joormann. “Mesmo que eles pensem ‘ah, isso não me ajuda, eu deveria parar de pensar sobre isso, eu deveria seguir com a minha vida’, eles não conseguem parar”.

Para o estudo, os pesquisadores selecionaram 26 pessoas que sofriam de depressão e 27 pessoas saudáveis. Em um experimento, foram mostradas três palavras aos participantes, que tiveram que se lembrar delas mais tarde na ordem em que foram apresentadas ou em ordem inversa. As palavras foram então mostradas novamente e os participantes tiveram que dizer rapidamente em qual ordem a palavra havia sido exibida na primeira vez. O teste mostrou que o quão mais rapidamente a resposta era dada, mais flexível era a forma de pensar da pessoa. “A ordem das palavras fica como que presa na memória funcional, especialmente quando as palavras são negativas”, explica Joormann.

O experimento mostrou que as pessoas que tinham depressão tiveram dificuldades para ordenarem as palavras em seus pensamentos, sendo que fazer isso foi ainda mais difícil quando as palavras eram negativas (morte, tristeza). Assim, os pesquisadores concluíram que pessoas que tiveram mais dificuldade com as atividades eram mais propensas a pensarem repetidamente sobre seus problemas.

Os autores do estudo esperam que as suas descobertas possam ajudar pessoas sofrendo de depressão, ensinando-as a evitarem pensamentos negativos.
A pesquisa será publicada no periódico Psychological Science.
(Fonte: Association for Psychological Science)

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