quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Prontas para a guerra

Prontas para a guerra Para combater as doenças, o sistema imunológico das crianças precisa estar preparado. Nada de limpeza em excesso. Saiba o que os especialistas recomendam. Quando seu filho entra sujo em casa, a reação imediata é mandá-lo direto ao banho, certo? Errado. A sujeira não faz tão mal à saúde quanto parece. Pelo contrário, se ela estiver contaminada com alguns vírus e bactérias, pode até fazer bem ao sistema imunológico infantil, responsável pela defesa do organismo. Ele funciona como um exército. Para ir à uma grande guerra, é necessário treinar antes com pequenas batalhas. Ou seja, precisa do contato com organismos menos perigosos para que esteja preparado para doenças mais graves. Mas como proporcionar isso? O primeiro passo é não ter preocupação excessiva com higiene, como lavar as mãos a toda hora, impedir que a criança brinque em lugares abertos e usar todo tipo de aparelho para eliminar organismos do ar. Só deve haver exceção em casos de alergias. O excesso de limpeza faz com que as crianças entrem pouco em contato com micro-organismos e por isso o sistema imunológico não tenha linfócitos de memória – que são as células reserva de defesa. Segundo a médica e professora de Imunologia da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) Rosaly Vieira dos Santos, essa ideia é conhecida como Teoria da Higiene. “Existem vários estudos sobre isso, alguns médicos concordam, outros não. Mas o certo é que a criança não pode viver em um ambiente extremamente limpo.” Só que esta regra vale para depois dos 3 anos de idade porque até esta época o sistema imunológico está em formação e mais susceptível a doenças, já que os anticorpos provenientes da mãe – as chamadas imunoglobulinas G (IgG), que são derivadas dos linfócitos – permanecem no bebê apenas até os 7 meses de vida. Portanto é a fase de se redobrarem os cuidados. “Se for atacado por um organismo como o vírus da hepatite, por exemplo, ficará mais debilitado do que o de uma criança com o sistema pronto”, explica o bioquímico e professor de Imunologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Sérgio Surugi de Siqueira. A partir dos 3 anos a criança pode e deve brincar livremente e entrar em contato com várias outras crianças. “É até bom que ela pegue algumas doenças nessa época para preparar a imunidade para ataques futuros, já que algumas delas atingem com mais força a pessoa na vida adulta, como é o caso da caxumba”, diz Siqueira. Contaminação Durante a brincadeira existem duas formas de contato com micro-organismos: aqueles que estão presentes no ar ou em gotículas de saliva, como os vírus da gripe e da varicela, e os que estão no chão, como os vermes. No primeiro caso, os pequenos contraem naturalmente em contato com o ambiente, com tudo que colocam a mão – inclusive brinquedos que outras crianças podem ter posto na boca – e por estar perto de adultos ou de outras crianças, o que pode provocar contaminação pela saliva. São essas pequenas infecções que vão fortalecer o sistema imunológico. Neste caso a higiene deve ser normal, lavar as mãos antes das refeições e depois de brincar, quando estiver muito suja. “Não há necessidade de lavar com sabonete desinfetante. Um comum, de preferência neutro, resolve”, diz Siqueira. Para ele, as crianças devem brincar soltas, como gostam de fazer, porque, além de ser uma questão de saúde, é também de socialização e é necessário para crescerem psicologicamente saudáveis. No segundo caso, quando mexem com terra, grama ou animais que não estejam vermifugados, as crianças podem ser contaminadas por vermes. Mas eles não mudam em nada a defesa do organismo e podem ser contraídos diversas vezes durante a vida, o que não significa que os pais devem impedir o contato dos filhos com esses ambientes. “Para controlar a infecção por vermes, as crianças devem tomar vermífugos a cada seis meses. Mas o que ajuda o sistema imune são os vírus e bactérias presentes no ar e não os organismos que estão na terra”, diz o imunologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná Nelson Augusto Rosário Filho. A assistente social Renata Tassi dos Santos é um exemplo de mãe que deixa o filho livre, não fica o tempo todo regulando o que ele faz. O pequeno Arthur, de 3 anos, brinca no chão, na grama e na areia sem nenhum cuidado excessivo. “Sei que ele precisa vivenciar isso, que vai fortalecer as defesas. Claro que não é tudo que deixo colocar na boca. Quando está muito sujo, eu tiro e explico o porquê”, conta. Até hoje ele nunca teve qualquer doença infecciosa grave, apenas as comuns, como dor de garganta e gripe. Fora do padrão O infectologista do Hospital Pequeno Príncipe Victor Horácio de Souza Castro Júnior diz que a regra geral da imunidade vale para crianças saudáveis, mas não para as que sofrem de alergias, doenças que afetam o sistema nervoso – como paralisia cerebral –, Síndrome de Down, crianças soropositivas ou que estão fazendo quimioterapia. Para estas os cuidados são diferentes. Nestes casos a limpeza excessiva é recomendada, porque o organismo está mais debilitado e não tem o mesmo potencial de defesa. (Fonte: Saúde-Gazeta do Povo) Você concorda que a sujeira não faz tão mal à saúde quanto parece? Comente! Que vocês tenham uma ótima quinta-feira! Até breve! /*--*/

Pais querem ensinar os filhos a guardar, mas não poupam

Pais querem ensinar os filhos a guardar, mas não poupam Embora queiram que os filhos aprendam a poupar, poucas são as famílias preocupadas em controlar as despesas domésticas. A conclusão consta na tese de doutorado "Procedimentos utilizados pelas famílias na educação econômica de seus filhos", defendida neste ano por Valéria Cantelli, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Para o trabalho, foi realizada pesquisa com uma amostra de 270 famílias de uma cidade da Região Metropolitana de Campinas, com pelo menos um filho com idades entre três e 16 anos. "O cofrinho de moedas e a caderneta de poupança, por exemplo, visam à educação dos filhos, mas mesmo essas ações não chegam a assumir um caráter pedagógico: as crianças não participam de etapas importantes deste processo, como registrar as entradas ou doações, acompanhar a ida ao banco e conversar sobre a regularidade e o objetivo dos depósitos - ações que fazem parte da dinâmica de socialização e resultam em uma maior educação econômica", diz Valéria. Banalização da dívida Em vez de incentivarem a poupança, as famílias de todos os estratos de renda se empolgam pelo acesso fácil ao crédito, banalizando as dívidas, o que ocorre principalmente entre a classe média. De acordo com a autora da tese, o crédito é a saída encontrada por muitos pais diante da pressão da publicidade e dos filhos, situação que piora quando analisado o fato de que os pais de hoje foram criados em um período de inflação, quando era impossível fazer qualquer planejamento financeiro. "Eles não foram preparados para lidar de forma mais inteligente com o dinheiro e muitos se sentem despreparados para ensinar os filhos a enfrentar os apelos do consumismo. Isso resulta em uma lacuna preocupante na formação das novas gerações, que extrapola o âmbito econômico e alcança uma dimensão ética: ao vincular a felicidade à aquisição de bens, o modelo social atual atrela a construção da identidade de crianças e jovens à ideia de que para ser, precisam ter". (Fonte:Flávia Furlan Nunes) Você se sente preparado para ensinar seus filhos a enfrentarem os apelos do consumismo? Comente! Até breve...muito breve!