quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O peso da idade

O arrojo dos jovens e a sabedoria dos mais velhos devem formar a parceria necessária. A preocupação com a velhice é natural e bastante comum porque, à medida que a idade avança, nossa compreensão do tempo que nos resta é maior. Mais difícil é aceitar que seremos inexoravelmente substituídos. No trabalho, envelhecer, para muitas pessoas, também é tão angustiante quanto traumático. Tudo advém de preconceitos históricos arraigados nas sociedades e nas organizações; basta lembrar-nos do provérbio latino senectus et morbus (a velhice é uma doença). O medo de perder emprego, com as inseguranças existentes no Brasil, ainda há muito que avançar, já tirou o sono de muita gente e, segundo pesquisas, é a maior preocupação dos brasileiros. A nossa cultura ocidental valoriza muito as aparências e o vigor físico, em detrimento do conhecimento, da experiência e da sabedoria. Em muitos países do Oriente, onde há maior espaço para contemplações e reflexão, parece que o trinômio nascer/envelhecer/morrer é melhor compreendido. Nesses lugares, a sabedoria, seja pelo conhecimento ou, sobretudo, pela intuição dos mais velhos, é muito mais valorizada, inclusive, pelos próprios jovens, e tais conceitos estão também nas gerências empresariais. No Brasil, muitos jovens ficam de olho no lugar dos mais velhos e até conspiram contra eles. Competição é inevitável e sempre vai existir. O que não se pode é recorrer à deslealdade com insinuações maldosas do tipo “fulano está ultrapassado, já passou seu tempo”. O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) foi um avanço, reconhecemos. O idoso está sendo mais respeitado nas repartições públicas, nos transportes urbanos, agências bancárias, supermercados etc. Até mesmo a Justiça, por conta do estatuto, tem agilizado processos que envolvem os mais velhos. Nas empresas, entretanto, esses conceitos não estão exercitados na plenitude ou de forma humanizada, como se espera. É só vislumbrar uma crise econômica que os empresários pensam, primeiramente, em dispensas de empregados. As primeiras vítimas são os “mais velhos de casa” e, sempre com a justificativa de que estão cansados, superados profissionalmente por não se reciclarem ou, até mesmo, que estão perto de aposentar-se. Empresas que adotaram esse expediente, inclusive as de grande porte, na última crise de 2008, sentiram o erro que cometeram. A grande reativação da economia em 2010, com carência de pessoal qualificado, em todas as áreas, fez com que elas saíssem à procura dos “velhinhos” para readmissão, visto que os novos não davam conta do trabalho. O grande castigo foi a constatação de que muitos não aceitaram voltar, porque se sentiram humilhados com a dispensa e procuraram receber valorização profissional em outras empresas, ou porque montaram seus próprios negócios. A lacuna em 2011 continua grande. Penso que o melhor não é ainda a competição nas organizações, por mais leal que seja, mas compartilhar as qualidades de cada um para suprir as deficiências do outro. O arrojo dos jovens e a sabedoria dos mais velhos não só podem, como devem, formar a parceria necessária para o sucesso empresarial. (Fonte:Gilson Fonseca - Estado de Minas) O último parágrafo é um ótimo resumo desta matéria; Comente logo abaixo!
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